quarta-feira, junho 30, 2010


É tarde, muito tarde mesmo para arrependimentos. Entendo pouco do que fiz durante uma eternidade que me assombra. É tarde, talvez eu não tenha mais tempo e nem habilidade para mudar a hora do relógio. O tempo insisti e me assola, a mente vaga na mudez dos pensamentos. Sofrer não é a palavra certa para expressar minha angústia. Então, não sofro. Invento ser feliz e levo isso comigo onde quer que eu vá. Não tenho um planeta habitável, tenho em mim um universo indecifrável, onde as estrelas hora se apagam, ora iluminam a escuridão. Todo meu corpo é esse universo, repleto de desertos e mares. É tarde, vou dormir antes que a eternidade venha me buscar, amanhã preciso lavar a louça do jantar. Há na pia apenas um prato, um copo e muitas lágrimas. (E.Bruss)

quinta-feira, junho 10, 2010


É TÃO ESTRANHO ESTAR EM PAZ NO MEIO DE TANTO CONFLITO, APENAS MINHA MENTE MAQUINA TENSÕES. ESTOU SUBORDINADO AO TEMPO QUE DE TÃO RÁPIDO QUE PASSA ME DEIXA CANSADO. O TEMPO PASSA, ME LEVA NA IDADE QUE AVANÇA A CADA ANO, MAS, ME DEIXA INERTE NA VIDA. ESTAGNADO COMO ÁGUAS CALMAS DE UM LAGO E AGITADO COMO UM MAR ENFURECIDO QUERENDO INVADIR TERRITÓRIOS OCUPADOS. NÃO SEI REZAR POR ISSO NENHUM DEUS ENTENDE ÀS MINHAS PRECES. SÓ SEI DIZER POR FAVOR, MUITO OBRIGADO E SE POSSÍVEL. E SE POSSÍVEL FOSSE QUERIA RENASCER, NÃO EM OUTRAS VIDAS E NEM EM OUTRO CORPO. QUERIA RENASCER NESSE CORPO JUDIADO POR INJÚRIAS, CALÚNIAS E DIFAMAÇÃO. QUERIA SER AMADO O QUANTO EU AMEI NESSA VIDA E TER UMA CADEIRA DE BALANÇO PARA LER OS MEUS LIVROS, CONTAR MINHAS HISTÓRIAS E TIRAR COCHILOS BREVES. (Eduardo Bruss)

terça-feira, junho 01, 2010


Aspereza da lixa, da barba cerrada, da unha encravada, das palavras diAdicionar imagemtas.
Aspereza do rústico, da mão do peão, do corrimão.
Aspereza do duro, do rude, do grosseiro.
Do ascetismo dos monges, do silêncio, da meditação.
Em busca de curas, da vingança da curra e da moral
Bons costumes perdidos em mares abertos, à deriva do sono
Tic-tac-tic-tac..
Áspera também é a delicadeza em forma de anjo, a voz que sussura, o nome gritado
A beleza que ofusca, o filho bastardo, o homem abandonado
O nó na madeira, o nó na garganta...
O nó na garganta
Solidão na cama
O nome na lama
A fama
O esquecimento
Coração partido
O latido do cão
O medo, o medo...
(Eduardo Bruss)