terça-feira, setembro 14, 2010


Então surgiu o inimaginável absoluto. O rosto suado e a voz ofegante, com um breve e silencioso sorriso me beijou. Beijo tenso de gosto ocre e um perfume gardênia surgiu do seu cabelo sedoso. Sem nada dizer me pegou pela mão. Breve silêncio eterno, fez minhas pernas tremerem e temeroso atravessei a rua. Não importava onde me levaria, desde que fosse para efêmera eternidade que nos condena. Uma prisão perpétua com dias contatos. Não queria mais um orgasmo e sim uma longa gestação. Queria engravidar do seu amor mesmo que bandido e despir seus pensamentos enquanto fumava seu cigarro mentolado. A ilusão às vezes se torna tão real! Não sonhava mais com castelos, queria apenas uma cama e o seu corpo e um THE END que não fosse a morte desse nosso amor bandido e verdadeiro amor... bandido. (Eduardo Bruss)

quinta-feira, setembro 09, 2010


NOITE me inspira e me deixa devasso, tenho temores passageiros e uma coragem sublime. Todas às noites espero pelo DIA. Certas NOITES contemplo a LUA, muitas outras espero, às vezes choro por alegria ou por tristeza. Não consigo ver DEUS na NOITE, acho que Ele se recolhe, me deixando sozinho e com medo. Sinto medo do silêncio, do cão ladrando e de passos que ouço na calçada. (Eduardo Bruss)

segunda-feira, setembro 06, 2010


Esse momento em que vivo é tão somente meu que quase ninguém entende esse meu egoísmo. Tenho dividido tantos segredos guardados comigo mesmo. Sem deixar espaço para mais ninguém. Tenho sorrido e chorado. Lamentando e almejando, tenho me despido de valores impensáveis. Hoje busco a paz como se fosse uma criança e nessa breve paz carrego um turbilhão de pensamentos aflorados pelo sonho. Não leio mais jornais, revistas ou qualquer outro tipo de notícias. Quero me tornar ignorante e ter um mundo melhor. Quero não mais saber tudo que sei, a minha inteligência destruiu meus sonhos. Vivi até hoje matematicamente correto, tudo calculado e comedido numa sincronia velada. Hoje sou apenas uma palavra; -EU. Enquanto fui NÓS, estive sempre sozinho. Hoje sei que você me enxerga, mas isso não basta, eu quero que você me veja e não me toque e sinta apenas a impressão do meu cheiro, do meu gosto. Não sou mais uma caixa de presente embrulhada com laço. Sou o conteúdo, sou o presente que está dentro dessa caixa que muitas vezes desagrada e muitas outras surpeende. (Eduardo Bruss)