terça-feira, março 06, 2012

Meu sistema nervoso é central, molhado pela umidade relativa do ar que respiro, inalo o caos e bebo toda minha sede de emoção. Há rumores sobre mim que me despem de caráter; - Endosso, pois não possuo um caráter formado, o que tenho é muita personalidade. Sobre minhas cicatrizes desenhei tatuagens, meu corpo todo marcado, desnudo, desforme, desproporcionalmente excitado se aquece. Gozo das minhas faculdades humanas e mentais. Desorientado pelo meu orgasmo, esse substantivo masculino que eu tanto amo, desfaleço da minha auto estima aguçada. Derramo toda minha semente e o vento as espalham, tentando perpetuar minha alma e não meu corpo. Quero ser imortal, quero ser infinito para sempre e ter o poder de ajudar corpos suados a se refrescaram com minha saliva. Um beijo que imortalize os poucos que não amei. Perpétuo socorro em profana fé incutida no meu íntimo, vou pecar por muitos anos nas mentes que me condenam  e depois de tudo isso serei absolvido da culpa que não carrego. (Eduardo Bruss)

terça-feira, fevereiro 28, 2012

Onde está a porta de entrada? Preciso achá-la, pois com a minha ansiedade só procuro uma saída. Essas salas são exaustivamente vazias e a sonoridade do eco nos meus passos me ensurdecem. Escuto o silêncio, a solidão, " escuto" o cheiro do café recém coado; - Sim não estou louco, café coado tem som. Buscando companhia, assovio canções desconhecidas, hinos apátridas e faço refeições de lembranças. Como deve estar o tempo? O meu tempo está todo tomado e vai devorando o final da minha juventude. O tempo não recebeu alforria, apesar de livre para circular em todos os lugares ele está preso em mim. Celestial são minhas idéias de vingança, até Umbanda pesquisei e lá não havia lugar para todos os meus demônios. Meu estado atual é letárgico, meu estado de espirito é profano, mesmo amando todas as Nossas Senhoras, mesmo amando o sagrado corpo presente. Um dia haverá dádivas, divinas, indefinidas e sub-julgadas que trarão atona novas maneiras de encarar o mundo, nessa minha visão abstrata e latente que me deixa como o tempo escravo de mim mesmo. (Eduardo Bruss) 

segunda-feira, janeiro 30, 2012

Voltei AMIGOS, com gestos amplos e saudades vagas. Voltei com um abraço GIGANTE e uma tímida felicidade galopante. Voltei com etapas vencidas e com sonhos pagãos. Voltei com a alma nua, voltei sobrevivente de naufrágios, de traumas e de noites frias ladeadas de lágrimas. Estive ausente em partes incertas, perdido dentro de mim em continua confusão. Ainda há em mim feridas profundas que serão eternas, tatuagens arrependidas e vagalhões de mudez. Percebi que não posso mudar o mundo, só posso mudar a mim e, assim estou; - mudado e com muito medo do novo. Sempre pertenci ao passado, idealizando futuros sem estar presente no meu presente. Hoje vejo palavras em imagens, falta de gestos em atitudes e uma grande solidão compartilhada. Assim me faço presente, apenas em imagens traduzidas cada qual em um idioma diferente. Não vou pedir desculpa e nem perdão, devo isso a mim... Voltei AMIGOS com todos vocês no meu coração. (Eduardo Bruss)

quarta-feira, janeiro 11, 2012

LUTO luto Luto LuTo lUtO LUto luTO LUTO luto Luto LuTo luTO LUto LUTO luto Luto LuTo luTO LUTO LUTO LUTO LUTO LUTO LUTO LUTO LUTO LUTO LUTO LUTO LUTO LUTO LUTO luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto luro luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto LUto LUto LUto LUto LUto LUto LUto LUto LUto LUto LUto LUto LUto LUto LUto LUto LUto LUto luTO luTO luTO luTO luTO luTO luTO luTO luTO luTO luTO luTO luTO luTO luTO luTO luTO luTO luTO luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto luto LUTO LUTO LUTO LUTO LUTO LUTO LUTO LUTO LUTO LUTO LUTO LUTO LUTO LUTO LUTO........................................estou de LUTO, Luto e não venço essa batalha.....................entrego os pontos e LUTO............................................................simplesmente LUTO.

terça-feira, novembro 15, 2011

- Então é assim que você me define? - Como uma lacuna vazia na sua vida? - Certamente estou descartado dos seus feitos, não posso mais traduzir seus sentimentos para que você entenda o que é óbvio. Onde está toda sua volúpia quando você me despe e suga todos os meus fluídos? - Nossa vida está formada pela escolha, um dia também sonhei com a realeza, mas estar vestido com essa batina me faz próximo a Deus. E, você com toda sua crueldade queima esse meu sagrado hábito, você é meu inquisitor, meu algoz. Por que tanta tortura? - Eu realmente aceitei minha vocação, não me torture...Não me faça vê-lo como o inferno do céu que eu habito. Por hoje basta, respeite meus votos, muitos deles traídos pelos meus sentimentos secretos. (Romance da Lamparina - Eduardo Bruss)

segunda-feira, novembro 07, 2011

Estou pensando no óbvio, no que não é abstrato e tem gosto. Hoje até o vento está perfumado, com cheiro de passado, de infância roubada por esse feroz tempo que deveria passar enjaulado. Minha noite está estrelada por pessoas que amo e continuo amando mesmo que ausentes e mortas. É tão lindo ver alguém sorrir e chorar quando tem vontade. Hoje minha vontade é de maça verde, do seu corpo incandescente e de você ao meu lado. (Eduardo Bruss)

segunda-feira, outubro 31, 2011

De frente ao púlpito, balbuciei palavras perdidas, nenhum expectador podia me ouvir, não sabia onde estava minha definição de homem, de humano ou de monstro. Um silêncio pairava sobre minha cabeça e apenas freadas denunciavam o silêncio. Meu relógio parado não fez o tempo parar. O tempo vexava freneticamente, o tempo oscilava entre o mormaço e a sobra escura das nuvens. Meu amor estava entre as trevas do meus olhos cerrados de ódio. A dor já não doía, nada mais faria diferença, minha vida era vista através do reflexo de um lago turvo e sem peixes, como um olhar idoso com catarata. Li  a última carta que não postei pedido por socorro, a cada linha uma lágrima escorria dos meus olhos. Não pode ser normal alguém agir assim...um suspiro surgiu como uma última centelha de esperança. Realmente o tempo não parou, o dia estava amanhecendo e o sono brotou dentro de mim, lentamente fui adormecendo, com a esperança de ter um belo sonho. (Romance da Lamparina - Eduardo Bruss)