segunda-feira, setembro 06, 2010


Esse momento em que vivo é tão somente meu que quase ninguém entende esse meu egoísmo. Tenho dividido tantos segredos guardados comigo mesmo. Sem deixar espaço para mais ninguém. Tenho sorrido e chorado. Lamentando e almejando, tenho me despido de valores impensáveis. Hoje busco a paz como se fosse uma criança e nessa breve paz carrego um turbilhão de pensamentos aflorados pelo sonho. Não leio mais jornais, revistas ou qualquer outro tipo de notícias. Quero me tornar ignorante e ter um mundo melhor. Quero não mais saber tudo que sei, a minha inteligência destruiu meus sonhos. Vivi até hoje matematicamente correto, tudo calculado e comedido numa sincronia velada. Hoje sou apenas uma palavra; -EU. Enquanto fui NÓS, estive sempre sozinho. Hoje sei que você me enxerga, mas isso não basta, eu quero que você me veja e não me toque e sinta apenas a impressão do meu cheiro, do meu gosto. Não sou mais uma caixa de presente embrulhada com laço. Sou o conteúdo, sou o presente que está dentro dessa caixa que muitas vezes desagrada e muitas outras surpeende. (Eduardo Bruss)

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