terça-feira, maio 04, 2010




Afora o teu olhar
nenhuma lâmina me atrai com seu brilho
Ataria tudo num laço amarelo girafa e mandaria um moto-hipopótamo entregá-lo a você
Acompanhado de um cartão com às minhas próprias, mas ridículas palavras
E aí, você teria que segurar a barriga e respirar fundo para não morrer de rir
Sério!
Sério mesmo é o que vai dentro de mim. Meus ais, meus sais...
Dentro de mim uma semente germina
Todo em água, tento não afogá-la nas torrentes do sentir
Todo em brasa, tento não torrá-la feito amendoim, à luz da razão
Todo tudo, tento protegê-la de outras ervas daninhas. Todo nada, deixo que cresça a seu bel-prazer e desabroche na FLOR mais linda
Daí, todo mãe, hei de amamentá-la ao som de antigas canções de ninar, para que conheça os segredos do mundo
E, então, todo pai, proibirei que frequente velórios, cemitérios e que tais
E, todo eu, vou colocá-la atrás da sua orelha, para que você não se esqueça de mim
E, você; - Bem me quer, mal me quer, bem me quer. - Terá a certeza de que será preciso viver mais uma vida, antes que ela murche
Ridículas, todas as cartas de amor são inevitavelmente ridículas. Por desejarem dizer tudo. Por falta de palavras, de articulações e sentido
Tão mais ridículas, porque escritas com o coração disparado e a boca seca, por tentarem significar tudo a partir do nada. Todas as cartas de amor deviam ser páginas em branco
Mas, por mais ridículas que sejam, eu me atrevo e me exponho ao ridículo em carne viva. Queria lhe dizer tantas coisas, etc, etc... Queria lhe dizer um pouco do que sinto por você. Mas, dentro de mim, afora a tal semente, só há vagalhões de mudez aguardando uma fala
Então, ridículo por ridículo, sou obrigado a recorrer a razão, para pedir-lhe que me ajude a cultivar esta nossa semente
PARA QUE ELA VINGUE E SE TRANSFORME NA MAIS BELA HISTÓRIA DE AMOR. TÃO BELA, QUE NINGUÉM SEJA CAPAZ DE CONTÁ-LA. TÃO NOSSA, QUE NINGUÉM SE ATREVA A TAMANHO RIDÍCULO... (E. Bruss)

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