quarta-feira, julho 14, 2010


Não sou mais o meu nome, me chame pelo apelido, pelos adjetivos e predicados ofensivos que você sempre me chamou. Hoje, apesar da chuva, não me sinto atingido por sua língua, essa lança ferina cega. Hoje, exatamente hoje, o frio me aquece, arrepiando minha pele. Tudo à minha volta está nítido e não mais nublado. Vejo cores onde antigamente só via tristeza. Vejo minha vida voltar a fluir. Um orgasmo me toma da ponta do pé ao fio de cabelo. Gozo a vida, vomito o gosto acre do seu beijo. Hoje bebo a comemoração e minha ressaca é plena. Percebo que em mim além de um corpo há uma alma que não mais pena, levita. Traduzindo o que eu não entendia e me afastando de todo o mal que você me fez. Hoje sou um pouco Clarice, Florbella, Pessoa e Rodrigues, carrego dramas, tristezas e angústias, mas não dentro de mim, apenas nas minhas palavras que componho ao vento. (Eduardo Bruss)

Um comentário:

  1. Sempre soube onde estavas, nu para mim vc sempre foi. Mas... enchergar teu espirito como encherguei agora, isso sim é despir-se.

    Amo-te

    Diva/Divinha.
    bjs

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