De frente ao púlpito, balbuciei palavras perdidas, nenhum expectador podia me ouvir, não sabia onde estava minha definição de homem, de humano ou de monstro. Um silêncio pairava sobre minha cabeça e apenas freadas denunciavam o silêncio. Meu relógio parado não fez o tempo parar. O tempo vexava freneticamente, o tempo oscilava entre o mormaço e a sobra escura das nuvens. Meu amor estava entre as trevas do meus olhos cerrados de ódio. A dor já não doía, nada mais faria diferença, minha vida era vista através do reflexo de um lago turvo e sem peixes, como um olhar idoso com catarata. Li a última carta que não postei pedido por socorro, a cada linha uma lágrima escorria dos meus olhos. Não pode ser normal alguém agir assim...um suspiro surgiu como uma última centelha de esperança. Realmente o tempo não parou, o dia estava amanhecendo e o sono brotou dentro de mim, lentamente fui adormecendo, com a esperança de ter um belo sonho. (Romance da Lamparina - Eduardo Bruss)
segunda-feira, outubro 31, 2011
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